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Animação do Google Earth mostra plano brasileiro de transformar a Amazônia em uma “série de reservatórios estagnados”

A decisão do Governo Brasileiro de avançar com a barragem de $17 bilhões em Belo Monte no rio Xingu colocará em ação um plano de construir mais de 100 barragens na bacia amazônica, potencialmente tranformando afluentes do maior rio do mundo em “uma série infindável de reservatórios estagnados”, de acordo com um novo curta-metragem da Amazon Watch and International Rivers.




O curta, narrado por Sigourney Weaver, usa um tour 3D do Google Earth para ilustrar o impacto potencial da barragem. Os reservatórios em Belo Monte inundarão 668km², uncluindo partes da cidade de Altamira, deslocando mais de 20.000 pessoas. Isso reduzirá o fluxo do poderoso Xingu a um fio de água durante partes do ano, reduzindo o fornecimento de água para populações indígenas ribeirinhas, bloqueando a migração de peixes e por isso atrapalhando pescadores locais, e provavelmente condenando várias espécies aquáticas à extinção. A inundação de áreas florestais vai gerar enormes quantidades de metano, um gás de efeito estufa 25 vezes mais potente que o CO2, e aumentar o risco de malária nas áreas vizinhas. Além disso, se os projetos anteriores de barragens na Amazônia servirem de modelo, Belo Monte vai contribuir em larga escala para o desflorestamento através das pessoas que não poderão mais viver da pesca e outros meios de subsistência tradicionais. Redes de eletricidade, linhas de transmissão e rodovias de acesso aumentam ainda mais a pressão sob as florestas tropicais.



A barragem de Belo Monte seria “um desastre para o rio Xingu, para a floresta tropical e certamente para todas as populações indpigenas e famílias vivendo ao longo do rio”, disse Weaver, um atriz que estrelou no campeão de bilheteria Avatar no ano passado. “O modo como vivem irá desaparecer”.




Belo Monte tem enfrentando forte oposição de povos indígenas, ativistas e até celebridades como Weaver e James Cameron, o diretor de Avatar, Titanic e da série Exterminador do Futuro. Mas o projeto é amparado por poderosos interesses, incluindo o setor de mineiração: Belo Monte está sendo construída para fornecer eletricidade a novas minas na Amazônia. O vídeo inclui um “sobrevôo” via Google Earth mostrando as proximidades da mina Carajás, umas das maiores minas de minério de ferro do planeta.






O vídeo de 10 minutos, criado pela Amazon Watch and International Rivers com assistência técnica do Google Earth Outreach, vem como parte do Movimento Xingu Vivo Para Sempre com base em Altamira, uma campanha contra a barragem.




Antônia Melo, líder e porta-voz do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, disse que o vídeo vai ajudar as pessoas a entenderem melhor os impactos do projeto.




“Mesmo para pessoas que vivem ao longo do rio Xingu, os impactos da barragem do rio são complicados de se entender. Esta animação pode ajudar a população local a vizualizar o dano potencial causado pela Belo Monte, e pode encorajá-las a agir”, disse Melo em uma declaração.



Rebecca Moore do Google Earth Outreach disse que espera que o vídeo resulte em mais engajamento para a questão.




“Já que o Google Earth fornece um modelo tão real da Terra, ele pode permitir que tanto pessoas comuns como tomadores de decisão vizualizem e entendam questões ambientais e sociais complexas mais fácil e profundamente”, ela declarou. “Idealmente, isso pode resultar em um diálogo mais informativo e construtivo, especialmente para assunto controversos como a Barragem Belo Monte”.




Uma versão Google Earth do vídeo pode ser baixada em Belo Monte Tour.




Belo Monte está entre as mais controversas de 146 grandes barragens planejadas para a bacia amazônica nas próximas duas ou três décadas. A International Rivers lançou um novo site, Barragens na Amazônia, destacando os locais e impactos dessas barragens em um mapa interativo.



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