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A grande varejista da Austrália, Woolworths camufla a destruição da floresta úmida na Indonésia, alegam ativistas

A grande varejista da Australia, Woolworths camufla a destruição da floresta na Indonésia, alegam ativistas

A grande varejista da Austrália, Woolworths camufla a destruição da floresta úmida na Indonésia, alegam ativistas
Jeremy Hance, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
20 de Julho, 2008




Apesar de um ano de protesto, a Woolworths continua a carregar papel oriundo do ‘pior fabricante de fibra do mundo’.




Woolworths Limited é o maior varejista da Australia e o 25º do mundo; é também a única companhia Australiana a entrar nos 25 tops. É o “Wal-mart abatido”. E como o Wal-mart, a Woolworths conseguiu recentemente se tornar mais a favor do meio ambiente. Apesar de que de acordo com uma recente campanha entitulada “Acorde Woolworths”, isso é meramente a pior camuflagem.



O foco da campanha é o relacionamento da Woolworths com a Asia Pulp and Paper (APP). APP tem um notório e péssimo recorde ambiental. Foi pega realizando extração de madeira ilegal na China e Indonesia, e apesar da companhia ter prometido compensar este ato, ano passado a Financial Times relatou que em 2004-2005, 70 por cento da extração de madeira da APP acontecia em florestas naturais.



“Eles tem estado entre os mais sérios conversores de floresta tropical da Asia,” disse Tim Woods da campanha Acorda Woolworths, “dilacerando com milhares de hectares de diversas florestas e substituindo-as por plantações de madeira para trituração onde os significantes mamíferos da região — tigres, elefantes, orangotangos e semelhantes — não podem sobreviver. Muita dessa extração de madeira era insustentável e as toras entraram disfarçadas dentro da Malásia com locais ao invés da companhia ser culpada.”




Extração de madeira e plantações de palma de óleo em Sumatra.




Desflorestamento em larga escala na Sumatra. Imagene de cortesia da Google Earth e do Observatório da Terra da NASA

“Ao longo do caminho eles removeram povos indígenas de suas terras relatado a regularmente falhar em pagar até mesmo o baixo salário mínimo da Indonésia,” ele continuou. “APP é amplamente considerada a pior fabricante de fibra no mundo, tratada com embaraço por outras companhias e ganhou sua reputação por ser ‘uma linha inferior triplamente insustentável.'” A companhia foi acusadas também de gestão fraudulenta e oportunismo.



Muitas companhias e Ongs tem cortado laços com a APP devido a sua falha em melhorar seus padrões ambientais. A WWF tem apoiado boicotes a produtos da APP por quase cinco anos. Em Fevereiro do ano passado a Aliança da Floresta Úmida encerrou uma parceria com a APP, enquanto em Novembro o Conselho de Supervisão da Floresta (FSC) também finalizaram relações com a APP. Recentemente, um gigante escritório americano Staples parou de comprar produtos da APP.



A Woolworths no entanto, apesar dos protestos e da atenção negativa da mídia, continua a adquirir produtos da APP. “Eles disseram que examinariam as alegações,” disse Woods. “Após eles terem afirmado que estão comprometidos com uma revisão de acordos com seus fornecedores. Mas um ano depois, os produtos vindo da APP ainda estão nas prateleiras e a Woolworths continuou se recusando a encontrar e discutir a questão.”



Os produtos adquiridos pela Woolworths da APP para sua companhia label, chama-se ‘Marca Seleta’. De acordo com a campanha Acorda Woolworths, antes de 2007 a ‘Marca Seleta’ carregavam etiquetas afirmando que o produto foi produzido partir de ‘fibra florestal sustentavel’ que foi ‘derivada de uma companhia ambientalmente certificada que é ambientalmente, socialmente e economicamente responsável’. Quando confrontada com a questão, a Woolworths mantinha os produtos na prateleira mas coberto sob a etiqueta que afirmava sua ‘sustentabilidade’.



Tim Woods, quando perguntado se acreditava que a Woolworths deliberadamente ludibriava o publico, ele disse que “sim, infelizmente eu acho.” Ele continuou: “A Woolworths não só aceitava um rótulo da APP, como eles o fabricavam. Eles produziram seu logotipo falso de sustentabilidade bem como eles o colocaram nos produto como um ponto de diferença dos outros. Eles se engajaram em uma seria camuflagem porque eles dizem que checaram os produtos e certificações antes dos produtos serem rotulados. O fato é que o regulador da competição na Austrália afirmou sua investigação independente de que a Woolworths era incapaz de provar a fonte de seus produtos ou a veracidade de qualquer uma de suas afirmações.”



O corte e queima da agricultura em Kalimantan na ilha de Bornéo. Foto por R. Butler.

Em 2007 a Woolworths anunciou estratégia de sustentabilidade para levar até 2015. Apesar do plano ter algumas estratégias para amenizar as impressões de carbono da companhia, ele não inclui nenhum plano em relação ao papel da companhia no desflorestamento tropical, apesar de tal desflorestamento ser responsável por 15-20 por cento do carbono emitido no mundo por ano. Não há menção da APP no relatório. No relatório a Woolworths clama que as escolhas dos consumidores são largamente externas à companhia: “A preferência do consumidor e o comportamento de compra é determinado por uma série de fatores, a maioria do qual estão fora de nosso controle direto.” Woods discorda, “Eles (Woolworths) conduzem o comportamento do consumidor e cuidadosamente o manipulam. Esconder atrás dos consumidores quando todos os participantes dizem a Woolworths o que fazer não faz sentido. Um exemplo demonstra o ponto mais que adequadamente. Se a Woolworths não estocou nenhum produto oriundo da APP os consumidores estariam em contato com eles exigindo deles o que fazer? Claro que não iriam.”



Woods acredita que a questão é puramente sobre o lucro: “A razão deles usarem produtos da APP para seus rótulos privados ‘Marca Seleta’ é porque é barato e dão maior margem. Para eles isso parece ser sustentável. Se eles colocassem seu plano de sustentabilidade sobre a APP eles estariam obrigados a fazer algo, então falhar na identificação do problema evita a necessidade de agir em suas mentes.”



A Woolworths foi contactada para comentar sobre esse artigo, mas não respondeu.





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