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Soluções para o aquecimento global estão prejudicando os povos indígenas, diz as Nações Unidas

Soluções para o Aquecimento global estão prejudicando os povos indígenas, diz as Nações Unidas

Soluções para o aquecimento global estão prejudicando os povos indígenas, diz as Nações Unidas
Rhett A. Butler, mongabay.com
Traduzido por Marcela V.M. Mendes
14 de Maio, 2008





Soluções em larga escala que pretendiam ajudar a abrandar o aquecimento global estão prejudicando os povos indígenas que estão prováveis a carregar o principal impacto da mudança climática, advertiu a Universidade das Nações Unidas (UNU) numa conferência em Darwin, Austrália.



Plantações para biocombustíveis, projetos de energia renovável como represas hidrelétricas, e medidas para proteger as florestas já que os dissipadores de carbono ameaçam minar os direitos dos grupos indigenas. Tais iniciativas impulsionam o valor da terra e aumentam a probabilidade de que os indigenas serão deslocados.



“Povos indígenas se consideram como o mercúrio no barômetro da mudança climática do mundo”, disse o Diretor da UNU A.H. Zakri. “Eles não se beneficiaram, de nenhuma maneira significante, do financiamento relacionado à mudança climática, nem para adaptação e abrandamento, nem para esquemas de comércio de emissões de carbono. As medidas de abrandamento da mudança climática são dirigidas pelo meracdo e medidas não destinadas ao mercado não tem recebido muita atenção.”


Observando que há pelo menos 370 milhões de povos indígenas ao redor do globo vivendo dois estilos de vida, o da neutralidade do carbono ou da negatividade do carbono, Zakri disse que a mudança climática apresenta esses grupos com aumentados niveis do mar; elevado risco de doenças incluindo a cólera, malária e dengue; maior incidência de seca e desertificação; derretimento de geleiras e descongelamento do permafrost; maior insegurança de alimentos do descoramento de corais e das estações cada vez mais imprevisíveis; probabilidade aumentada de danos de espécies invasoras; clima mais extremo, incluindo tempestades e furacões; e mudanças na biodiversidade na qual eles estacam seus meios de sobrevivência.



Controvérsia sobre as compensações de carbono para a conservação da floresta

A UNU destacou a controvérsia sobre a Conveção Estrutural das Nações Unidas sobre as recentes decisões sobre a Mudança Climática (UNFCCC) de incluir a silvicultura como maneira de compensação de emissões de gases de efeito estufa. O mecanismo, que tem sido saudado pelos cientistas e ambientalistas como maneira de financiar a conservação da floresta enquanto ao mesmo tempo lutar contra a mudança climática, foi criticado em um trabalho por Estebancio Castro Diaz, um Índio Kuna do Panamá que trabalha para a Coalizão Florestal Globaa, um ONG de pessoas nativas.

“Apesar dos desenvolvimentos recentes na lei internacional em relação aos direitos dos Povos Indigenas, os Povos Indígenas ainda tem participação limitada ou inexistente no processo de tomada de decisões da Convenção Estrutural das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC),” escreveu Diaz. “A UNFCCC incitou negociações entre Membros do Partido para explorar maneiras e meios de reduzir as emissões do desflorestamento e degradação em países em vias de desenvolvimento (REDD). Essas negociações aconteceram e continuam a existir sem nenhuma participação significante dos Povos Indígenas. Contudo os direitos dos povos indígenas e suas experiências no gerenciamento sustentável da floresta significam que sua participação nessa questão é imperativa, nas discussões do REDD ou quaisquer outras discussões relacionadas à proteção do meio ambiente.”


Diaz disse que sem direitos formais da terra, os povos indigenas podem ficar de fora dos esquemas de compensação para os serviços ambientais fornecidos pelas florestas e outros ecossistemas. As Nações Unidas estimam que o mercado para a REDD sozinho poderia alcançar $100 bilhões.

Ainda alguns tem esperança que a REDD poderia oferecer aos grupos indígenas novas maneiras de ganhar uma renda enquanto os permite continuar vivendo de seu modo tradicional.

“A proposta de reduzir as emissões através do desflorestamento e da degradação (REDD), se feita do modo certo, poderia ser uma oportunidade para acabar com o desflorestamento e recompensar os povos indigenas e outros moradores florestais por conservar sua floresta,” escreveu Victoria Tauli-Corpuz, uma Igorot das Filipinas, e Aqqaluk Lynge, uma Inuit da Groelândia. “Práticas indígenas agroflorestais são geralmente sustentáveis, amigas do meio ambiente, e neutras em carbono. Quando o Banco lançou a Facilidade de Parceria da Floresta de Carbono em Bali, ele recebeu muitas criticas dos povos indígenas, que têm sido excluídos do processo de conceptualização apesar do fato de que eles são os principais partes interessadas onde as florestas tropicais e sub-tropicais são referidas. Para remediar esse vacilo, o Banco Mundial irá consultará povos indigenas da Ásia, América Latina e Africa.”



Dr. Daniel Nepstad, um cientista do Instituto de Pesquisas Woods Hole que trabalha na Bacia Amazônica, disse que os grupos indígenas devem ser justamente compensados para que as iniciativas de compensação de carbono sejam bem sucedidas. Ele cita a reserva indígena do Xingu no coração da fronteira agrícola na Amazônia brasileira como exemplo.



“Dentro da reserva indígena do Xingu… Os índios poderiam realmente serem vistos como guardiões da floresta por mantê-la de pé contra os interesses econômicos. O Estado deveria tomar conta da reserva, mas na verdade os índios fazem um perfeito trabalho naquela região,” ele disse a mongabay.com. “Os índios que vivem no Parque do Xingu precisam ser compensados. É aí que a REDD entra.”



“Uma resposta aos protestos em frente ao Banco Central em Bali… é olhar para os grupos indigenas na Amazonia. Eles querem muito a REDD. Eles querem sentar à mesa e negociar a REDD para se assegurar de que eles não estão sendo excluídos dos recursos da sua floresta.”



Energia Renovável e biocombustíveis

Participantes in the UNU meeting said that booming interest in renewable energy has further marginalized indigenous populations. In Indonesia and Malaysia, forest people have been displaced by the rapid expansion of oil palm plantations, while groups in other parts of the world have lost land to dams, nuclear waste sites, and soy farms. Tauli-Corpuz and Aqqaluk Lynge added that the surging market for biofuels have driven up prices for food, making it more difficult for some indigenous populations to feed themselves.



Efeitos da mudança climática para os Povos Indígenas

A UNU incluiu uma breve visão geral dos efeitos das mudanças climáticas nos povos indígenas em uma base regional:



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